Chegara o Verão e com ele mais uma grande aventura de viagem. Era a segunda vez que nos desafiávamos a viajar de comboio pela Europa, mas agora, a aventura seria mais a norte. A curiosidade sobre o modo de vida dos países nórdicos e a beleza natural de cada um estimulava, fortemente, o entusiasmo da organização de todos os detalhes da viagem, mesmo dos mais aborrecidos. A primeira aventura fora muito boa e, por isso, queríamos repetir.
Um mês passou num estalar de dedos e com ele imensas aventuras vividas, que agora habitam apenas nas nossas memórias. Os locais, esses, permanecem também em registo fotográfico para poderem servir, no futuro, como auxiliar da memória que possui a característica inata de eliminar pormenores com o passar do tempo.
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A Finlândia causava em nós algumas expectativas. Queríamos muito ir à Lapónia. É curioso como as histórias de criança nos marcam para a vida. Queríamos conhecer o Pai Natal. Aquele velhinho simpático de barbas brancas que, gentilmente, oferece presentes a todas as crianças do mundo na madrugada de 25 de dezembro. Aquele senhor que entra pelas chaminés, mesmo nas casas cujas chaminés não existem. O sentimento transmitido por esta história quase universal, contagia-nos até hoje. Seria fantástico se este senhor existisse mesmo! E nós estávamos ali, a seguir em direção à Lapónia, dispostos a “tirar essa história a limpo”.
Era de manhã, o sol brilhava timidamente, no porto de Turku, e o calor dos seus raios mal se faziam sentir. A noite a bordo do ferry tinha sido agradável. Enquanto desembarcávamos, ríamos genuinamente ao falar sobre o que nos tinha sucedido uns minutos antes, na cabine do navio. Estava eu a tomar banho com a porta do chuveiro aberta e, quando o vapor da água quente se tornara mais denso, ativara o alarme de incêndio.
Enquanto o alarme tocava, o Marco tentava desligá-lo, pensando tratar-se do despertador do quarto que na noite anterior tentara, pacientemente, ativar mas sem sucesso. Confiante ainda dizia: “Afinal nem era preciso ativar, devia estar programado para tocar uma hora antes do desembarque!”. A pequena sirene deixou de se ouvir e o Marco, mais uma vez, confiante de que tinha acertado no botão que a desligara. Uns segundos depois, e já ele estava no banho, batem à porta e do outro lado uma voz masculina verbalizava algo num inglês a lembrar o russo.
Ao mesmo tempo que falava, tentava abrir a porta com a chave mestra. Não ouvi nada do que ele dizia pois estava apenas focada no ruído do rodar da chave. Ele ía abrir a porta e eu estava, ainda, a tentar vestir as primeiras peças de roupa. Quanto mais tentava despachar-me menos eficaz era. Constatando o meu insucesso, tive que agir rapidamente. Tentei interpelá-lo mas, nessa altura, já o senhor abrira a porta cerca de quinze centímetros. Não abrira mais porque eu, apressadamente, impedi travando a porta com o meu pé direito. Espreitei pela pequena abertura e, ao ver-me com o cabelo molhado, de imediato percebeu o que tinha acontecido e explicou-me o porquê de estar ali. E foi aí que percebemos que afinal o despertador não tocara mas sim, o alarme de incêndio. Era importante que, durante o banho, e enquanto houvesse vapor mais denso, a porta da casa de banho se mantivesse fechada para que o alarme não acionasse.
Agora, essa aventura servia para dissuadir o cansaço e as energias mais densas que, por momentos, nos assolavam. Ainda hoje, quando recordámos a nossa chegada à Finlândia, rimos como nessa manhã.
E, continuámos o nosso percurso. Ainda havia um comboio para apanhar.
A estação ferroviária de Turku estava quase deserta, talvez por ser domingo. Sentámo-nos à espera do comboio que nos levaria ao norte daquele país que nos parecia encantado. De repente, um aroma conhecido desperta os nossos sentidos, funcionando quase como uma espécie de despertador aromático – café! No bar da estação havia café mas não era o habitual de um estabelecimento comercial, era um café de cafeteira. O cheirinho que se sentia era do café feito na casa das avós, nas manhãs de inverno, da nossa infância. Naquela idade em que só podíamos sentir o seu cheirinho pois nenhum adulto nos deixava provar. Não sei dizer se o café que comprámos era realmente bom mas sei que, naquele momento, considerámos que era. Finalmente, chegara a hora de embarcar. A viagem era longa e com duas mudanças de comboio, pelo meio. Durante todo percurso pudemos apreciar aquela sobeja paisagem natural. A velocidade que o comboio atingia permitia a apreciação de todo aquele cenário. Assim, era possível admirar as cores da vegetação, diversas e mais vivas quando, meigamente, tocadas pelo sol. No primeiro dia de setembro eram já visíveis alguns tons, nas folhagens, a lembrar a chegada do outono. A temperatura era agradável durante o dia mas à noite, sabíamos que, desceria consideravelmente.
Ainda em casa, tínhamos visto um programa de televisão sobre viagens que relatava, precisamente, aquela viagem que estávamos a fazer, mas com a paisagem coberta de neve. Agora, podíamos ver de perto o contraste da mesma, sem neve. Mudara a cor mas não o encanto nem o isolamento dos habitantes daqueles locais. Havia estações que, simplesmente, não tinham qualquer indicação. O comboio parava e quem precisava sair, saía. Mas não havia nada. Nada visível aos nossos olhos. Magnífico!
Horas depois, chegámos a Rovaniemi.
Aparentemente, a capital da Lapónia não parecia ser dotada de grande beleza mas estar ali era agradável. Fomos para o mini apartamento que tínhamos reservado no Airbnb. A Nina, a nossa anfitriã, já nos esperava. A sua simpatia e o conforto do espaço fizeram com que decidíssemos ficar lá mais uma noite, para restabelecer energias. O resto dessa tarde serviu para fazer umas compras com o propósito de reabastecer o lanche dos próximos dias. À noite, decidimos confecionar uma refeição quente e desfrutar daquele conforto. Enquanto eu preparava o jantar e o lanche para o dia seguinte, o Marco, ía pesquisando informação pertinente sobre a região.
Em simultâneo, trocávamos impressões, ideias e curiosidades. A dada altura, o Marco lê algo sobre as Auroras Boreais e encontra uma app que emite alertas sempre que surge a possibilidade de se visualizar o fenómeno. Estávamos no início de setembro e a informação que tínhamos era de que nessa altura era impossível observar as Auroras Boreais nos céus nórdicos. De repente, o Marco lê algo que contraria essa informação e refere: – “olha, aqui diz que, por vezes, é possível a observação das “auroras” a partir da segunda quinzena de agosto! Mas é muito raro!” E acrescentou: “Li agora um comentário de um viajante que já cá esteve cerca de sete vezes, na época mais propícia para ver o fenómeno, e ainda não conseguiu assistir ao mesmo!” Por uns breves segundos, tivemos esperança mas logo em seguida percebemos que seria uma utopia. Estava eu em frente ao fogão, a sentir o delicioso aroma daquele molho de tomate com ervas aromáticas, enquanto pensava “É raro mas pode acontecer hoje!”.
O jantar estava pronto, faltava só acrescentar as azeitonas pretas que tanto adoro. Gosto tanto, tanto! E talvez por me saberem tão bem, nunca me fizeram mal. A minha mãe refere, muitas vezes, que deixou de comprar azeitonas pretas porque eu não conseguia parar de as comer e receava que me fizessem mal. Agora, lá em casa, não faltam. Há com caroço, sem caroço, frascos grandes e pequenos!
Após o jantar, e depois das mochilas preparadas para o dia seguinte, chegou o momento de “esticar as pernas”. O Marco continuava, pacientemente, as suas pesquisas e eu via um documentário na tv, com legendas em finlandês. Percebi tudo! Já estava a piscar os olhos quando ouço um alarme! O que seria?! Desta vez não havia vapor nem fumo… o Marco levantou-se e pegou no telemóvel. Nesse momento, olhou para mim, incrédulo e disse numa voz tímida: “É o alarme das auroras…”. Saltei da cama e comecei a vestir-me enquanto questionava se estaria frio, lá fora. O Marco espreitou à janela e não reagia… “Vamos! Estás à espera de quê?! Estás sempre a dizer que adoravas ver o fenómeno e agora não reages?! – verbalizava eu, quase eufórica.
Saímos de casa. Na rua, havia silêncio absoluto. Já passava da meia-noite, estava frio e não andava ninguém na rua. A app referia o jardim do parque como o melhor local para a observação do céu, sem interferências de luz artificial. Teríamos de caminhar durante uns doze minutos. Enquanto caminhávamos pela escuridão da rua, eu ía imaginando os piores cenários… “E se esta aplicação for falsa e for utilizada para assaltos ou sequestros?!” E, ao dizer isto, vejo um homem sozinho, sentado no muro da esquina. Tinha um ar suspeito! Mas, após a minha observação mirabolante e perante o cenário envolvente, quem não teria?!
Finalmente, chegámos ao jardim. Estava tão escuro que nem sequer víamos onde colocávamos os pés. Muito próximo, ouvia-se barulho de motores. Parecia haver qualquer coisa no subsolo. Não percebemos o que seria mas caminhámos ainda mais cautelosamente. Ali perto estava um casal espanhol com três adolescentes. Tal como nós, olhavam para o céu e nada constatavam. Talvez tenham percebido que estávamos ali com o mesmo propósito e decidiram ir para o mesmo local para onde nós nos dirigíamos.
E ali ficámos todos, a observar o céu e a gelar! De vez em quando, o alarme tocava. Mas nós, não víamos nada acontecer. Olhávamos para um lado e o alarme indicava que era visível do lado oposto para o qual olhávamos. Uma verdadeira aventura! A dada altura e, para tornar a coisa mais alegre, comecei “a tratar a “aurora” por tu”. E cada vez que uma espécie de nuvem ou fumo aparecia no céu, eu brincava e dizia: “ Afinal, auroras destas também temos em Portuga! Branquinhas, tão lindas!”. Havia, agora, um misto de sensações. Por um lado, uma vontade imensa de voltar para a cama quentinha e, por outro lado, aquele receio de “perder de vista” algo fantástico. Eram quase duas horas da manhã… e nós ali, de pé já prestes a ter um torcicolo.. impacientes, olhámos para trás e, naquele momento, algo acontecia no céu.
De repente, todo o céu ficou coberto por uma espécie de fumo branco que descia, em nossa direção, como se de uma chuva de estrelas se tratasse. Arrepio-me só de relembrar o momento. Em simultâneo, as cores verde e rosa começaram a evidenciar-se. Nesse momento, uma das adolescentes que estava com o casal espanhol, começou a gritar… talvez de emoção. Ela, tal como nós, estava incrédula. Perante o fenómeno, há um misto de sensações. Surpresa, alegria e até medo. Naquele momento, parecemos mesmo tão insignificantes perante a genialidade do universo. Simplesmente, magnífico!
Estava-se tão bem ali. Os olhos enchiam-se de lágrimas emotivas. Os pelos dos braços mantinham-se eriçados e a “pele de galinha” permanecia visível mas, desta vez, não era do frio. Era do misto de sensações que o corpo sentia. Talvez nunca mais voltemos a observar aquele fenómeno magnético nos céus da Finlândia mas a recordação ficará para sempre na nossa memória porque a emoção sentida nunca permitirá que isto seja tratado como um mero pormenor.
Ah! E quanto à existência do Pai Natal… é verdade, ele existe mesmo! A história é verídica. Trata-se de um velhinho muito simpático de longas barbas brancas, que na noite de Natal espalha magia pelo mundo. E garantiu-nos que se lembra bem de Portugal e do nosso fantástico Vinho do Porto.
O que são as Auroras Boreais?
As auroras boreais são causadas pela interacção de partículas carregadas do Sol com a atmosfera terrestre. Quando essas partículas entram em contacto com os gases da atmosfera, elas libertam energia na forma de luz, criando as belas cortinas coloridas que vemos no céu. As cores mais comuns são o verde, vermelho e roxo, mas também podem ocorrer tons de azul e rosa.
Melhor época para ver as Auroras Boreais em Rovaniemi
A melhor época para ver as auroras boreais em Rovaniemi é durante os meses de inverno, entre Setembro e Março. É durante esse período que as noites são mais longas e escuras, aumentando as probabilidades de observar o fenómeno.
No entanto, é importante lembrar que a ocorrência das auroras boreais é um acontecimento natural e imprevisível. Mesmo durante a temporada alta, não há garantia nenhuma que consiga ver uma aurora boreal todas as noites.
Como aumentar a probabilidade de ver a Aurora Boreal
– Escolha a época certa: Como mencionamos anteriormente, os meses de inverno oferecem as melhores condições para observar as auroras boreais;
– Acompanhe a previsão do tempo espacial: Existem aplicativos e sites que fornecem previsões sobre a actividade solar, que podem influenciar a intensidade das auroras boreais. Estas são alguns exemplos: Aurora Forecast, Northern Lights Aurora Alerts, SpaceWeatherLive, Aurora Forecast & Alerts, Aurora Now – Northern Lights ou a hello aurora: forecast app;
– Afaste-se das luzes da cidade: Quanto mais longe estiver das luzes da cidade, melhor será a sua visão das auroras boreais;
– Seja paciente: As auroras boreais podem aparecer e desaparecer rapidamente. Seja paciente e esteja pronto para capturá-las com a sua máquina fotográfica. O uso de um tripé é altamente recomendável para poder registar uma longa exposição e uma imagem nítida;
– Caça à Aurora Boreal guiada: Muitas empresas oferecem Tours guiados para observar as Auroras Boreais, com guias experientes que o ajudarão a encontrar os melhores locais para o fazer.
Os Melhores Locais para contemplar a Aurora Boreal
O fenómeno da aurora boreal ocorre, geralmente, nos países do Círculo Polar Ártico. A probabilidade de as ver será muito grande se visitar um destes oito países: Estados Unidos (Alaska), Canadá, Finlândia, Gronelândia, Islândia, Noruega, Rússia e Suécia.
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