Roterdão é o maior porto da Europa e a segunda maior cidade dos Países Baixos com mais de 600.000 habitantes. A cidade foi fundada no século XIII e ao longo dos tempos foi crescendo, de uma vila de pescadores até se transformar num centro internacional de comércio, transporte, indústria e distribuição. No entanto, no início da Segunda Guerra Mundial, no dia 14 de Maio de 1940, todo o centro da cidade de Roterdão foi praticamente destruído pela aviação alemã. É por este motivo que, em Roterdão, existem pouquíssimas construções pré-guerra.

Após o termino do conflito, a reconstrução da cidade foi a grande prioridade para os habitantes da cidade. Actualmente, quase 82 anos depois, um novo e moderno centro da cidade renasceu das cinzas. Agora, a arquitectura vanguardista, é a grande marca da cidade e faz as delícias dos visitantes. Roterdão tornou-se assim numa cidade dinâmica, repleta de energia e irreverente.

Nos próximos parágrafos, vamos partilhar as nossas dicas e sugestões para visitar Roterdão, tendo em conta a nossa experiência na cidade. No final do artigo pode encontrar um mapa interactivo com os pontos de interesse, alojamento e restaurantes sugeridos por nós. Venha daí, espreitar connosco a cidade de Roterdão!

Roterdão é uma cidade repleta de construcções modernas e a sua arquitectura é completamente destinta de todas as outras cidades dos Países Baixos. O que não falta na cidade, são edifícios carismáticos e um exemplo disso, são as Cube Houses (Casas Cúbicas). Projectadas pelo arquitecto holandês Piet Blom, as Cube Houses são uma das atracções mais emblemáticas de Roterdão. Este empreendimento residencial, destaca-se pelas suas casas em forma de cubo, edificadas com uma inclinação de 45 graus.

Para os mais curiosos, é possível visitar o interior de uma destas casas e ficar com uma ideia do que é viver numa casa com as paredes inclinadas e formas estranhas. A entrada tem um custo de 3 euros por pessoa e para mais informações pode consultar o site oficial das Cube Houses. Nós não resistimos à curiosidade e fomos espreitar a casa por dentro. Na nossa opinião, pelo preço simbólico, vale a pena visitar o interior da Cube House.

A poucos metros das Cube Houses, encontramos outro edifício bastante carismático na cidade de Roterdão, o Markthal. A combinação do mercado interno com apartamentos de luxo no seu exterior, torna esta construcção uma das primeiras do mundo deste género. Com a configuração de uma ferradura, no exterior, esta estrutura é composta por diversos apartamentos arqueados, e no seu interior, por um mercado gigante com diversas lojas, restaurantes e estacionamento nos 4 pisos subterrâneos.

Aproveite este espaço para se deliciar com uma refeição ou então adquirir alguns produtos nas diversas bancas do mercado. Ao mesmo tempo, olhe para cima e aprecie a fantástica e colorida obra de arte localizada no teto do Markthal: o ‘Horn of Plenty’ de Arno Coenen e Iris Roskam.

É um espaço com uma dinâmica incrível e que vale a pena ser explorado de dia e de noite. De referir, que todas as Terças-Feiras e Sábados, na Praça Binnenrotte, em frente ao Markthal, realiza-se um dos maiores mercados, ao ar livre, dos Países Baixos.

Prosseguindo o nosso roteiro por Roterdão, a Igreja de Laurenskerk (Igreja de São Lourenço) é a nossa próxima paragem. Laurenskerk é uma igreja imponente, construída entre 1449 e 1525, sendo o único edifício gótico tardio que sobreviveu em Roterdão. Após o bombardeamento da Segunda Guerra Mundial, a imagem da igreja fortemente danificada e as obras de reconstrução que se seguiram, tornaram-se num símbolo de tudo o que a cidade e o seu povo sofreram.

Actualmente, a igreja mantém o seu aspecto medieval e ao mesmo tempo um perfil de alguma ousadia, acompanhando assim, a modernidade da arquitectura actual da cidade.  Tem um layout agradável, semelhante a um museu, e para além dos serviços litúrgicos regulares, é frequente receber conferências, feiras, jantares e outras reuniões profissionais e cerimoniais. Com alguns equipamentos simples e efeitos de iluminação, a igreja pode ser transformada num cenário de conto de fadas. Como não tem assentos fixos, Laurenskerk pode ser configurada de diversas formas.

No pátio da igreja podemos encontrar um café, o Swarte Leeuw (o Leão Negro) que foi inaugurado em 2015. É o lugar perfeito para uma bebida nos meses de verão ou então para relaxar um pouco da agitação citadina.

A Estação Central de Roterdão é conhecida como a porta de entrada para Roterdão, onde cerca de 110.000 viajantes, todos os dias, passam pela Estação para apanhar um autocarro, metro ou comboio. Daqui partem comboios para toda as regiões dos Países Baixos e várias vezes ao dia, saem comboios internacionais para as mais diversas capitais europeias, como por exemplo o Thalys que nos leva até Paris.

Nos últimos anos, a Estação Central passou por uma reforma total, tornando-se num dos edifícios arquitectónicos mais emblemáticos de Roterdão. No entanto, alguns elementos históricos do antigo edifício da estação (1957), permanecem intactos, como é o caso do Relógio original na fachada principal, as letras que representam a “Centraal Station” (agora com luzes LED) e as “Speculaasjes“, duas esculturas de granito que podem ser observadas na plataforma 1.

O Museumpark é o coração cultural de Roterdão e o local onde podemos encontrar e visitar alguns dos museus de renome internacional, como por exemplo: o Museu Boijmans van Beuningen, o Museu Kunsthal, o Museu Het Nieuwe Instituut, o Museu Sonneveldhuis, o Museu Chabot e o Museu de História Natural.

O Museumpark está dividido em quatro zonas: uma zona pavimentada; uma zona romântica com árvores e uma ponte pedonal; uma zona urbana asfaltada para eventos e um pomar muito bem cuidado. Ainda nesta zona, podemos observar um grande reservatório de água que evita as inundações no centro da cidade, durante o período de chuvas fortes.

Depois de explorarmos bem esta zona de Roterdão, que vale muita a pena, a nossa sugestão é que percorra a Rua Witte de Withstraat que é muito conhecida pelo seu caracter artístico, multicultural e animado. Referida por muitos como o “Eixo da Arte” de Roterdão, esta rua, vai do Museumpark até ao Museu Marítimo e está repleta de galerias, lojas, restaurantes e cafés (de arte).

O Het Park é um dos locais mais bonitos da cidade de Roterdão e foi projectado em 1852, pelo arquitecto holandês Zocher, em conjunto com o seu filho, que se inspirou no estilo paisagístico inglês. É o local perfeito para relaxar e para um belo piquenique. Este, foi sem dúvida alguma, um dos locais que mais gostámos em Roterdão.

Para além do extenso relvado e de toda a natureza envolvente, no Het Park podemos encontrar o Euromast, que falaremos a seguir, e a Igreja dos Marinheiros Noruegueses (Norwegian Seamen’s Church) uma belíssima construcção em madeira, que foi oferecida pela Noruega à cidade de Roterdão.

Localizada numa das extremidades do Het Park, o  Euromast é uma torre de observação, projectada pelo arquitecto de Roterdão, H.A. Maaskant, e é uma autêntica obra-prima da arquitectura. Na altura em que foi construída, em 1960, tinha 100 metros de altura mas no ano de 1970, a Space Tower (Euroscoop) foi adicionada, elevando a torre a uma altura de 185 metros. Esta torre, que é o edifício mais alto dos Países Baixos, é também um restaurante, um hotel e um local para eventos. No total, possui 4 salas, 3 delas situadas a 100 metros de altura e que podem ser combinadas entre si para poderem albergar até 300 pessoas.

Se em baixo o Euromast já impressiona, é lá de cima que podemos usufruir de todo o esplendor desta estrutura. Se não tiver vertigens, é possível visitar a torre de observação e aceder às diversas plataformas de observação que se encontram a uma altura de 100, 112 e 185 metros. Para acedermos ao topo do Euromast, vamos a bordo de um elevador panorâmico giratório, que é uma experiência incrível, de onde temos uma visão panorâmica do horizonte de Roterdão.

Delfshaven (Historisch Delfshaven) é um dos bairros mais agradáveis ​​de Roterdão e um dos poucos lugares na cidade que foi poupado durante os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Nesta pitoresca marina, que tem uma história notável, ainda podemos sentir o ambiente pré-guerra de Roterdão.

Noutros tempos, as pessoas de Delfshaven ganhavam a vida a pescar arenque e a destilar gin. Nos dias de hoje, é o turismo que faz dinamizar este cantinho de Roterdão. Ao percorrer as ruas deste histórico bairro, podemos observar as casas antigas do canal que, agora, abrigam lojas aconchegantes com todo o tipo de antiguidades e quinquilharias, estúdios de arte, bares de gin, cervejarias e alguns restaurantes.

Ao visitar o bairro histórico de Delfshaven, não deixe de explorar os diversos lugares que permitem que este bairro mantenha a sua essência e aparência autêntica. Esses lugares são a Igreja dos Padres Peregrinos (Pelgrimvaderskerk), a Cervejaria De Pelgrim, a Réplica do Navio de Guerra do século XVIII  e o antigo Moinho de Vento (Korenmolen de Distilleerketel).

No nosso roteiro não podia faltar a deslumbrante Ponte Erasmus (Erasmusbrug) que é considerada por muitos, uma das pontes mais espectaculares do mundo. Com 800 metros de comprimento, atravessa o Rio Novo Mosa e liga as zonas norte e sul de Roterdão. A ponte suspensa é composta por uma estrutura em aço, com 139 metros de altura e por 40 cabos de aço que sustentam o estreito tabuleiro. Pela sua forma elegante, localmente, a Ponte Erasmus é apelidada por “O Cisne” e é um dos símbolos da cidade de Roterdão.

Vale a pena percorrer, a pé, os 800 metros do tabuleiro da ponte. É um passeio bastante agradável, onde temos a oportunidade de observar de perto esta maravilhosa estrutura e ao mesmo tempo observar a cidade de Roterdão de uma perspectiva diferente.

SUGESTÃO: Se não quiser percorrer a ponte nos dois sentidos, faça como nós: apanhe um Taxi Aquático, a partir do centro de Roterdão até ao Hotel New York (paragem 44), depois, explore essa zona da cidade e posteriormente atravesse a ponte, em direcção ao centro de Roterdão.

Na recta final do nosso roteiro por Roterdão, a nossa última sugestão é para visitar o fabuloso navio SS Rotterdam, o maior navio transatlântico a vapor construído nos Países Baixos e que actualmente se encontra permanentemente ancorado no Porto de Roterdão (na zona de Maashaven). O antigo cruzeiro da Holland America Line que navegou por diversas partes do mundo e após uma cuidada renovação é, agora, um hotel de 4 estrelas que é servido por 2 restaurantes e 2 bares a bordo.

O seu design interior mantém um ambiente dos anos 50 e apresenta, na sua maioria, todas as características originais. O navio dispõe de diversas salas e compartimentos que, combinados entre si, possibilitam a organização de vários eventos, com capacidade máxima de 2000 participantes. Um dos grandes destaques do navio vai para o Teatro que tem um pé direito de 8 metros e que conserva o seu traço original.

Para além de poder ficar hospedado no navio, também tem a possibilidade de degustar uma refeição num dos restaurantes, de saborear uma deliciosa bebida num dos bares (incluíndo o fabuloso Terraço do Navio), de se desafiar num Escape Room ou então de fazer uma visita guiada ao mesmo. Existem várias opções de visitas, com preços a partir dos 12.50€ por adulto. Para mais informações e preços pode consultar o site oficial do SS Rotterdam.

Adorámos conhecer Roterdão, uma cidade que “renasceu das cinzas” e que é um autêntico museu de arquitectura moderna. Estivemos 3 dias e 2 noites em Roterdão, onde explorámos, com alguma tranquilidade, os principais pontos de interesse da cidade. Se pretende visitar Roterdão, a nossa sugestão é que reserve pelo menos 2 dias para o fazer e que não deixe de espreitar os lugares aqui mencionados por nós. Para facilitar a sua visita a Roterdão, em seguida, partilhamos algumas dicas e sugestões de alojamento, restaurantes e actividades para fazer na cidade. Boa viagem e divirta-se! 

MAPA PARA VISITAR ROTERDÃO

Todos os locais mencionados neste texto estão identificados no mapa para que seja mais fácil orientar-se e ter uma ideia geral de Roterdão. Para visualizar a legenda, basta clicar no botão que está no canto superior esquerdo.

OUTROS DESTINOS