Bragança é uma cidade rica em história e cultura. Engana-se quem pensa que no interior do país não há nada para ver e conhecer. Aqui, é possível visitar museus, igrejas, passear em espaços verdes e percorrer as muralhas de um castelo. Nós fomos espreitar Bragança e para facilitar a organização de uma futura visita, enumerámos alguns locais a não perder na cidade. No final do artigo, partilhamos as nossas sugestões de alojamento e restauração para uma estadia inesquecível em terras transmontanas.

A CIDADELA

A cidadela está situada no ponto mais alto da cidade, e é aqui que se podem ver os monumentos mais emblemáticos da cidade assim como, as habitações mais antigas. A grande cidade de Bragança nasceu a partir daqui.

Existem duas entradas, em lados opostos, para aceder à cidadela. Uma através da Rua do Santo Condestável e outra através da Rua Fonte da Rainha. É possível visitar a cidadela a pé e, até mesmo, descer à cidade fora das muralhas, do mesmo modo. Basta sair pela “Porta da Vila” na Rua do Santo Condestável.

Já dentro da cidadela é possível sentir o encanto e a tranquilidade das suas ruelas. Os residentes de longa idade, descansam à sombra e trocam palavras com quem com eles quiser conversar. São gente genuína! Já não se conhece gente assim nas grandes cidades. O stress e a agitação, lá instalado, já não o permitem. Mas aqui, ainda se recordam tempos antigos, de lutas mas também de tradições e alegrias. Aqui, a história prevalece.

Apesar de pequena, a cidadela tem muito para oferecer a quem a visita. Por isso, é importante visitá-la com tempo e tranquilidade.

As Muralhas

É possível caminhar pelas muralhas, apreciar o seu estado de conservação mas também, desfrutar das vistas. Deste ponto alto, as vistas são magníficas e surpreendem até os mais incrédulos. Quando visitar Bragança, não perca esta oportunidade!

Castelo/Torre de Menagem (Museu Militar)

O Castelo está em excelente estado de conservação devido a uma longa intervenção de consolidação e restauro a partir da década de 1930. Mas a sua classificação como Monumento Nacional é anterior, data de junho de 1910. É no seu interior, na Torre de Menagem, que se localiza o Museu Militar de Bragança.

ⓘ O Museu Militar de Bragança funciona de terça-feira a domingo das 9h às 12h e das 14h às 17h.

A Torre da Princesa

E como não há castelo sem princesa… aqui, não é excepção. Segundo a lenda, existiu uma princesa e a torre ficou assim baptizada devido à sua história. Reza a lenda…

A Domus Municipalis (Casa Municipal)

Tal como o Castelo, a Domus Municipalis é considerada desde 1910, Monumento Nacional. Não há certezas nem consenso acerca da sua função inicial mas sabe-se que já funcionou como cisterna e que o seu nome deriva do facto de ter sido, também, usada como Paços do Concelho, pela Administração Municipal de Bragança.

A Igreja de Santa Maria

Também conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Sardão, a Igreja de Santa Maria, é considerada a igreja mais antiga de Bragança, sendo a sua origem do séc. XIV. Apesar do seu visível estilo Barroco, esta igreja foi construída em estilo românico. A alteração deveu-se a dois séculos de modificações.

O “berrão ou varrasco” e o Pelourinho

O Pelourinho de Bragança é muito antigo, julgando tratar-se de um monumento do tempo do Paleolítico, devido à figura proto-histórica existente na sua base. Esta figura é, entre as gentes do nordeste transmontano, denominada de “berrão” ou “varrasco”(conhecida em Bragança como “a porca da vila”). Normalmente, um Pelourinho é representativo do poder político, económico ou territorial da região e, no caso particular do Pelourinho de Bragança, este evidencia sobretudo a posição geográfica da cidade, ao longo dos tempos.

Tal como o Castelo e a Domus Municipalis, também o Pelourinho foi classificado como Monumento Nacional, na mesma data.

O Museu Ibérico da Máscara e do Traje 

A visita a este museu é fundamental para conhecer as tradições ligadas aos caretos e às “festas dos rapazes” que se celebram, todos os anos com pompa e circunstância e arrastam multidões para conhecer as tradições de tempos mais antigos. É ainda possível, apreciar uma vasta colecção de máscaras tradicionais, de artesãos da região e de outras regiões cuja arte de esculpir a madeira, também, prevalece (como o caso das máscaras de Lazarim, do concelho de Lamego).

ⓘ O museu funciona de terça a domingo, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.

Uma visita inesperada – A Tasca do ZéTuga

Na nossa experiência pela cidadela tivemos, ainda, a oportunidade de conhecer o Chef Luís Portugal (conhecido por ter vencido o Masterchef Portugal) e a sua Tasca do ZéTuga. Com a sua simplicidade e simpatia, convidou-nos a conhecer o seu espaço gastronómico e deu-nos a degustar, algo que nunca tínhamos experimentado – favo de mel (à colher). Bem, sobre o espaço nada há a dizer porque as fotos falam por nós!

A CIDADE FORA DAS MURALHAS

Bragança não se resume apenas à cidadela. Fora das muralhas muito há para observar, conhecer e descobrir. Como o intuito da nossa visita era, apenas, conhecer a cidade muralhada, conseguimos apenas dar uma escapadela, muito rápida, à zona mais baixa e fora das muralhas. E, ficámos a saber que muito mais há para apreciar.

Arte e Museus

➤ Museu do Abade de Baçal – com colecções de Arqueologia, Arte Sacra, Ourivesaria e Pintura, entre outras.

➤ Centro de fotografia Georges Dussaud – com uma colecção de fotografia, a preto e branco, da autoria de Georges Dussaud. Registos fotográficos das tradições, histórias de vida, gestos, olhares do dia-a-dia dos habitantes da região.

➤ Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano – é um espaço de divulgação e preservação da cultura vivencial judaica na região transmontana.

➤ Centro de Arte Contemporânea Graça Morais – possui um núcleo de exposições permanentes da escultora Graça Morais e um núcleo de exposições temporárias, nacionais e internacionais. O projecto de recuperação e ampliação foi da responsabilidade do arquitecto Souto Moura.

Igrejas

➤ Igreja de São Vicente – alvo de várias remodelações entre os séc. XVI e XVIII, não chega a haver consenso acerca do seu estilo arquitectónico, românico ou gótico. No interior destaca-se a Capela de Cristo.

➤ Igreja da Misericórdia – igreja do séc. XIV, só em 1539, após obras de reconstrução e ampliação se tornou igreja da Misericórdia.

➤ Igreja de São João Batista – Antiga Sé de Bragança (Sé Velha) – templo construído, no séc. XVI, para ser Convento, mas que passou a ser Catedral Diocesana aquando da passagem da sede da Diocese para Bragança, em 1764. Actualmente, é apenas uma igreja paroquial.

➤ Igreja de São Bento – antigo convento de freiras Beneditinas, fundado no séc. XVI (1590), é agora uma Igreja Conventual. O seu interior destaca-se pelo distinto tecto da capela-mor, por ser um raro exemplar de influência da arte islâmica.

➤ Catedral de Bragança (Sé Nova) – construída já no séc. XXI (2001), é a sede da Diocese de Bragança-Miranda.

O “Corredor Verde” do Fervença

Permite passeios a pé ou de bicicleta, desfrutando da pacatez e beleza das margens do Rio Fervença.

 Arte Urbana

Pela cidade é possível observar várias intervenções de arte urbana, resultado da participação do município no Festival de Street Art – Sm’arte, desde 2016.

José Santana – o artista anónimo

Ao passear pela cidade, ficámos a conhecer uma casa cujo jardim está repleto de obras de arte – um verdadeiro jardim-museu, como lhe chamou o proprietário. Fica situado abaixo da Rua dos Fornos. Do artista sabemos apenas o nome “José Santana”, mas vale a pena divulgar trabalhos como este. Magnífico!

Nesta publicação, destacámos apenas alguns dos interesses da cidade de Bragança mas, o ideal é mesmo caminhar pelas ruas da cidade e descobrir os segredos escondidos.

MAPA PARA VISITAR BRAGANÇA  

Todos os locais mencionados neste texto estão identificados no mapa para que seja mais fácil orientar-se e ter uma ideia geral da cidade, quando visitar Bragança. Para visualizar a legenda, basta clicar no botão que está no canto superior esquerdo.

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