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1º Dia
Dedicámos um dia para fazer o percurso pedestre (PR5 LSA – Rota dos Serranos). Partimos do Castelo da Lousã e durante o percurso visitámos as aldeias de Talasnal, Chiqueiro e Casal Novo. Entre Chiqueiro e Casal Novo fizemos um pequeno desvio (de alguns metros) para ver as “Letras” (Isto é Lousã), resultado de um projecto associativo da Lousã.
Fazer o percurso a pé foi uma opção nossa, mas é possível visitar as três aldeias de carro.
Complexo Paisagístico da Senhora da Piedade
O Complexo Paisagístico da Senhora da Piedade integra o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, as piscinas fluviais, um Castelo Medieval do século XI e todo o espaço natural envolvente. É um local de beleza salutar, que faz bem ao espírito e à mente de qualquer um de nós. Vale a pena a visita, em qualquer altura do ano. No Verão, é possível usufruir de um refrescante banho nas piscinas fluviais, com aproveitamento das águas da Ribeira de S. João. Aqui, existe também um restaurante que serve comida tradicional, O Burgo. Devido à grande afluência de clientes, é importante fazer reserva antecipada.
Talasnal
Aqui, as casas encostam-se umas às outras e, no centro da aldeia existe uma fonte que, de acordo com os locais, canta os segredos da Serra! É o cenário ideal para provar o pequeno bolo conventual (de mel e castanha) criado por uma família da aldeia – o Talasnico! Vale a pena provar.
Esta aldeia é mais movimentada aos fins de semana e em período de férias, sobretudo à hora de almoço, pela procura dos pratos tradicionais servidos no Restaurante da Ti Lena e na Taberna Talasnal. No dia que visitámos a aldeia, o restaurante estava fechado. A taberna estava aberta mas, fizemos apenas uma breve visita para ver a sua decoração rústica – pareceu-nos um lugar bastante agradável! Quanto à Taberna Talasnal não temos informação mas em relação ao Restaurante da Ti Lena sabemos que é aconselhável reserva prévia. Daqui, continuámos o percurso a pé até à Aldeia de Chiqueiro.
Sugestão de alojamento no Talasnal: Casa do Talasnal Montanhas de Amor || Casas do Talasnal
Chiqueiro
Esta é uma das aldeias mais pequenas que visitámos e que, outrora, foi considerada uma das mais importantes da Lousã. Nas estreitas ruas destaca-se a capela de Nossa Senhora da Guia, em tons de azul e branco, que revela uma forte ligação desta aldeia à religião!
No momento da nossa visita apenas nos cruzámos com alguns escuteiros. Se fazer o percurso a pé for uma opção, então alertamos para a importância de levar lanche e água, pois nesta aldeia não existem restaurantes nem cafés. Desde a Aldeia do Talasnal até aqui, o percurso é, na sua maioria, em subida. Para evitar quedas, aconselhámos calçado confortável e aderente (de caminhada).
Passando a aldeia, continuámos a subir pela estrada de alcatrão (seguindo as indicações do percurso pedestre) e antes de virarmos à direita para continuar o percurso, seguimos alguns metros em frente para ver as conhecidas letras gigantes do projecto “Isto é Lousã”.
Projecto: “Isto é Lousã”
Criado em 2016 por um grupo de anónimos apaixonados pela Lousã, o projeto “Isto é Lousã” é responsável pela criação de várias estruturas artísticas no concelho. Entre elas, está este painel de letras gigantes que encontrámos quando íamos em direcção à aldeia do Casal Novo, depois de termos estado na do Chiqueiro. Tivemos a sorte de não haver mais ninguém por ali, podendo assim usufruir do local em silêncio – ouvindo apenas os sons da natureza.
É um cenário irresistível – excelente para registar uma boa imagem!
Uns minutos depois, retomámos o percurso em direcção a Casal Novo. Desta vez, a caminha foi feita em descida.
Casal Novo
A aldeia situa-se numa encosta, em declive acentuado e numa densa mancha florestal. Se caminharmos até à eira da aldeia temos a possibilidade de observar uma das melhores vistas sobre a Serra da Lousã e o seu castelo! A aldeia é bonita mas é também muito pequenina e silenciosa. Algumas propriedades ainda se encontram disponíveis para venda e reconstrução. Pelo que vimos, também não existem restaurantes nem cafés nesta aldeia – pelo menos, ainda!
2º Dia
Cerdeira
Esta aldeia é um lugar incrível e mágico! Percorrer as suas ruas é um verdadeiro exercício físico e sensorial! Em cada passo há um recanto, um beco, um elemento que nos surpreende e nos chama a atenção! Aqui, apenas reina a harmonia e a tranquilidade! Com uma forte componente artística e criativa, esta aldeia tem uma vista maravilhosa sobre a Serra da Lousã e oferece excelentes condições de alojamento. Foi sem dúvida, uma das aldeias que mais gostámos!
Sugestão de alojamento: Cerdeira – Home for Creativity
Candal
É considerada a aldeia serrana mais desenvolvida e uma das mais visitadas na Serra da Lousã, talvez por beneficiar de acesso privilegiado pois situa-se junto à Estrada Nacional que liga Lousã a Castanheira de Pêra! Vale a pena subir as suas ruas inclinadas pois, chegados ao miradouro, somos recompensados com uma estrondosa vista sobre o vale e a ribeira do Candal.
Sugestão: para almoçar ou jantar por aqui, reserve lugar com antecedência no Restaurante Sabores da Aldeia, um dos melhores para provar as iguarias regionais. Também tem opção vegetariana!
Baloiço de Trevim
Inserido no projecto “Isto é Lousã”
É, apenas, um baloiço! Sim. Se conseguirmos visitar o local num momento menos movimentado, podemos afirmar que é um excelente local de reflexão, de apreciação e valorização da natureza. O local é agradável e a vista magnífica!
Santo António da Neve
Neste local é possível ver um neveiro ainda em bom estado de conservação – um edifício circular onde a neve era, antigamente, armazenada. Quando nevava, a neve era recolhida e guardada dentro dos neveiros. Com o poço totalmente cheio, usavam-se fetos e palha para cobrir a neve e impedir que esta derretesse, permitindo assim que se conservasse até ao Verão. Nessa altura, o gelo era cortado em blocos e enviado para Lisboa, para que toda a corte real pudesse usufruir de bebidas frescas. O gelo era devidamente acondicionado e transportado em “carros de bois” até ao Rio Zêzere e daí seguia em barcos. A viagem era longa mas o gelo chegava ao seu destino tal como pretendido.
Lousã
No final do dia fomos conhecer a vila da Lousã. Optámos por passear a pé pela vila pois, o nosso objectivo para estes quatro dias era, sobretudo, passear ao ar livre e de forma descontraída, sem horas, sem pressa. Não sendo uma vila muito conhecida turisticamente, a Lousã também tem os seus pontos de interesse. Destacamos o Edifício dos Paços do Concelho pelo qual passámos enquanto caminhávamos.
Apesar de ter sido construído entre 1930 e 1934, a sua arquitectura reflecte o estilo do século XVIII. No seu interior é possível ver vários painéis de azulejos quer da Fábrica Constância quer da Fábrica de Sta Ana, assim como, visitar o Salão Nobre.
Sugestão de alojamento: Octant Lousa || HI Lousã – Pousada de Juventude || Lousã Varandas House || Lousã’s Brown & White
Para quem destinar mais tempo para conhecer a vila, sugerimos alguns pontos de interesse abaixo. Nós não tivemos essa possibilidade por falta de tempo. Ficará, certamente, para uma nova visita em breve.
➤ Fábrica do Licor Beirão;
➤ Museu Etnográfico Dr. Louzan Henriques;
➤ Museu Municipal Prof. Álvaro Viana de Lemos e Serviço Welcome Center Aldeias do Xisto;
➤ Igreja Matriz;
➤ Cine-Teatro da Lousã;
➤ Pelourinho;
➤ Antiga estação de caminhos de ferro.
3º Dia
Comareira
É a aldeia do xisto mais pequena, mas também uma das mais genuínas! Numa posição estratégica, é banhada pelo sol todo o dia e é feita de casas aninhadas umas nas outras. Aqui, temos à nossa disposição um banco, à entrada da aldeia, que nos permite momentos de reflexão e admiração da natureza em estado puro levando-nos a observar o mundo de uma forma diferente. E, à chegada, ainda tivemos direito a uma calorosa recepção de um dos cães da aldeia. O seu tamanho impõe respeito mas o seu doce coração não deixa que faça mal a ninguém!
Sugestão de alojamento: Casa da Comareira
Aigra Nova
É obrigatório parar nesta aldeia e visitar o projecto do Eco-Museu Tradições do Xisto. Fomos muito bem recebidos, pela Catarina Claro que em largos minutos de conversa nos transmitiu informações e conhecimentos preciosos da aldeia e zona envolvente! Ficámos a saber que, na serra da Lousã, veados e javalis continuam a subsistir em harmonia com a natureza. Mas não tanto com a população, pois os agricultores referem que a procriação desmedida já se evidencia e tem levado à perda de culturas agrícolas e alguns animais. É importante que se crie uma forma de que todos possam subsistir no seu ambiente sem prejuízos para ambas as partes. Homem e Natureza devem viver em equilíbrio!
Sugestão de alojamento: Casa Aigra
Aigra Velha
É a aldeia serrana que se encontra a maior altitude (770m) e é rodeada por terrenos agrícolas e pastagens. As construções estão organizadas de forma defensiva para dar protecção contra as intempéries, os intrusos e animais selvagens. Em tempos, durante a noite, os lobos entravam na aldeia. Para se protegerem, os habitantes decidiram cortar a única rua da aldeia e fazer ligações internas entre as casas, mantendo a privacidade de cada família.
Aqui, encontrámos o tio da Catarina Claro (do Eco Museu) que nos recebeu muito bem e partilhou connosco vários episódios do seu tempo de juventude, vividos nesta aldeia. Infelizmente, não nos recordamos do seu nome mas achamos importante referi-lo aqui, pois sentimos que toda a informação que nos transmitiu nos enriqueceu muito e fez-nos olhar para esta aldeia através dos seus próprios olhos.
Pena
Esta aldeia está localizada junto aos Penedos de Góis. De alguma forma parece desafiar a imponência dos rochedos que se elevam na margem oposta. A aldeia é pequena mas com um aspecto bastante cuidado e pormenores que a tornam ainda mais bela. As águas do rio e os imponentes rochedos encrostados na montanha fazem chegar até nós a serenidade que impera no local.
Gostámos muito desta aldeia e, tal como a da Cerdeira, oferece excelentes opções para alojamento rural!
Sugestão alojamento: Casa Da Pena
Gondramaz
A aldeia é formada a partir de uma rua principal, da qual derivam várias ruelas estreitas e sinuosas que devem ser exploradas com calma e curiosidade. Ao virar da esquina somos brindados com uma frase, um poema, um detalhe… Conhecida como sendo “terra de artesãos”, Gondramaz permite a cada visitante um contacto constante com a arte que ali se produz. Para tirar partido da beleza desta aldeia é fundamental dar especial atenção aos pormenores – Reparar na calçada debaixo dos nossos pés, na forma como a pedra foi trabalhada e ali colocada; olhar para as fachadas, para as frases e palavras soltas escritas, muitas vezes, num português mais antigo e tradicionalmente usado na linguagem oral. Tudo aqui tem o seu encanto, não estivesse esta aldeia emoldurada pela beleza natural da Serra da Lousã.
Sugestão de alojamento: Mountain Whisper || Casa Catraia Gondramaz no Pulmão da Serra da Lousã || Pátio do Xisto
4º Dia
No último dia, visitámos o Templo Ecuménico Universalista e as aldeias de Casal de S. Simão e Ferraria de S.João.
Templo Ecuménico Universalista
Este local foi inaugurado a 11 de Setembro de 2016 e tem como objectivo apelar à reflexão espiritual de pessoas de diferentes religiões e, também, a não crentes. É, ainda, um monumento que apela à Paz, homenageando as vítimas dos fundamentalismos e da intolerância religiosa. O Templo prima pela simplicidade e transmite a serenidade do local onde está inserido. A visita vale a pena e aconselhamos a dispensar algum tempo para a mesma. Se está a precisar de reflectir, de estar apenas na companhia de si próprio, este é um bom local para o fazer. Há, também, muita informação histórica disponível no interior do edifício e que ajudará a uma reflexão mais sincera e profunda.
Localização:
Coordenadas GPS: N 40 04 54.5 W 8 20 41.1
Horário de Funcionamento:
Época Alta | 1 Abril a 15 Setembro – 10:00 – 19:30 *
Época Baixa | 16 Setembro a 31 de Março – 10:00 – 17:30 *
* As datas podem oscilar em função do período de férias da Pascoa e início do ano letivo
NOTA: Encerra para almoço das 12h30 às 13h30 (verão) / 13h00 às 14h00 (inverno), regido pela mudança da hora.
Fechado às segundas-feiras, excepto feriados. Sujeito a alterações sem aviso prévio.
Casal de S. Simão
Esta pequena aldeia, tem na sua estrutura apenas uma rua mas que é de uma beleza incontornável. Situa-se junto às Fragas de São Simão e possui o templo mais antigo do concelho de Figueiró dos Vinhos. Aqui sugerimos uma visita ao restaurante “Varanda do casal” onde terá uma soberba vista sobre a zona envolvente e, ao mesmo tempo, poderá deliciar-se com uma refeição de se tirar o chapéu!
> SUGESTÃO <<
Para quem pretende conhecer a zona envolvente da aldeia, sugerimos a realização do percurso pedestre PR1 VFN – Descida às Fragas, um caminho sinuoso que permite conhecer locais de grande beleza.
Alojamento: Moinho das fragas
Ferraria de S. João
Já na reta final do nosso roteiro, visitámos a Ferraria, como abreviadamente lhe chamam. Esta aldeia mantém a sua ruralidade e, em simultâneo, aposta no turismo activo. Existem vários aspectos que a fazem distinguir-se de todas as outras. Mantém várias características originais como, os currais tradicionais, o sobreiral e um caminho de xisto e criou outras vertentes de incentivo ao turismo como, o Centro de BTT, o FunTrail para crianças e muitos trilhos para os mais aventureiros e amigos da natureza. A nossa visita foi curta pois a chuva apareceu e não quis dar tréguas. Soube a pouco… temos de lá voltar!
Foram, sem dúvida, 4 dias fantásticos onde tivemos a oportunidade de conhecer e explorar a Serra da Lousã no seu esplendor! Tivemos experiências únicas, conhecemos pessoas simpáticas e genuínas e o constante contacto com a natureza serviu para renovarmos energias. Saímos de lá mais ricos, mais leves de espírito e genuinamente mais saudáveis. A Lousã orgulha-se de receber bem os seus visitantes e de gostar de mostrar o que tem de melhor, a quem lá chega. Para atrair mais visitantes, anualmente, são feitas várias festas e feiras. Poderá aproveitar uma dessas datas para a sua visita!
➤ Festival da Chanfana – final de fevereiro;
➤ Fins-de-Semana Gastronómicos do Cabrito da Serra da Lousã – dois fins-de-semana em Abril/Maio;
➤ Feira Anual de São João – a festa dura vários dias, terminando na noite de S.João. No dia de S. João é feriado municipal;
➤ Festival Sabores de Outono – no final do mês de Outubro;
➤ Feira do Mel e da Castanha – meados de Novembro. É considerada “a melhor Feira do Mel do país”.
Recomendamos este passeio pela Serra da Lousã, de forma pausada e relaxada para que possam desfrutar de tudo o que cada local tem para oferecer!
MAPA DA SERRA DA LOUSÃ
Todos os locais mencionados neste texto estão identificados no mapa para que seja mais fácil orientar-se e ter uma ideia geral da Serra da Lousã. Para visualizar a legenda, basta clicar no botão que está no canto superior esquerdo.
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